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segunda-feira, 24 de outubro de 2011

CONFISSÕES

E o que vai ficar quando eu me for?



Quando eu partir, talvez fique a lembrança do que poderia ter sido e a certeza do que realmente fui.
E fui tantas coisas! E deixei de ser outras tantas!
Com certeza, fui alguém que se importou com alguns e fui insensível com outros, inclusive comigo!
Fui mais feliz que infeliz até certo tempo;
Meu corpo sempre foi fiel, mas meu pensamento pulou vários muros querendo se aventurar, no que foi impedido pela minha razão, que o trouxe de volta antes que pudesse ir mais além;
Fui tão responsável que me perdi de mim;
Fui tão “eu” que não me deixei ser outra pessoa!
Fui tão amigável que não tive amigos verdadeiros;
Fui tão calada que feri os ouvidos e os sentimentos alheios;
Fui tão falante que não ouvi me chamarem;
Fui tão criança que esqueci de ser mulher;
Fui tão mulher que esqueci a criança que sempre viveu em mim;
Fui tão humana que esqueci de ser santa e pediria perdão se soubesse que seria absolvida!
Fui tão sorridente que escondi minhas tristezas;
Fui sempre tão triste que gastei todos os meus sorrisos para disfarçar;
Fui medrosa em tomar atitudes; fui corajosa nas decisões referentes a outros;
Fui uma filha mais ou menos;
Fui uma mãe mais ou menos;
Fui uma esposa mais ou menos;
Fui uma profissional mais ou menos. Entretanto, sempre quis ser “mais” e por isso sempre dei o meu melhor!
Eu fui muitas coisas! Fui até o que não queria ser!
Acho que fui uma pessoa normal, nada de excepcional!
Eu fui...
Agora já não sou mais!


Célia Ramos

domingo, 2 de outubro de 2011

Morte e Vida



Durante a vida inteira, nos matam muitas vezes. Matam-nos aos poucos quando nos ignoram, quando nos esquecem, quando fingem que não existimos. Esta é a morte dolorida!  
Também nos matam de felicidade, de amor, de afeto, de abraços, de beijos, de alegria, de êxtase. Esta é a morte colorida!
Dentre tantas mortes, vivemos emoções infindas. E quando finalmente chega a morte real, a gente leva todos os falecimentos bons e ruins que, juntos, são a soma da própria vida.
A vida é exatamente isto: uma eterna revolução de sentimentos e emoções que dão sentido à nossa existência, embora que, em alguns trechos do caminho, achamos que nada vale à pena . No entanto, o que importa é que adquirimos experiências que vão nos servir, não sei para quê, já que no fim, não poderemos mais viver nem morrer, apenas deixamos de existir. Porém, aquilo que a gente viveu, fica eternizado na vida de outras pessoas. Ou não!!

Célia Ramos