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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

O PRIMEIRO AMOR A GENTE NUNCA ESQUECE!


O primeiro amor

Lembro exatamente quando aconteceu a primeira experiência mais marcante da minha vida. Eu tinha oito anos e fazia a primeira série do ensino fundamental l (antigo primário). Foi quando vi aquele menino de cabelos cor de mel, caindo-lhe sobre a testa, muito lisinho! Ele era popular na escola, enquanto que eu era tão insignificante! Apaixonei-me assim que o vi. Era um amor platônico, pois ele nunca notara a minha presença, salvo um dia em que sentamos na mesma mesa e ele pediu-me a borracha emprestado! Aquele dia foi muito importante pra mim, pois lembro até hoje do modo como me senti ao chegar atrasada à sala de aula e só ter restado um lugar, exatamente junto ao menino que eu amava tanto! Não sei por que naquele dia, o destino providenciou aquele fato, acho que é porque teve peninha de mim, do tanto que eu sonhava com o dia em que ele falaria comigo!        
Meu coraçãozinho de criança não parava de bater acelerado, e eu não ousava olhar para o menino sentado ao meu lado, pois temia que fosse um sonho e eu pudesse acordar de repente! Mas era real, e eu não acordei... Ele estava ali e, como sempre, muito expansivo, falando com os colegas.          Num instante que me pareceu mágico, ele virou para mim e pediu-me a borracha, que o entreguei prontamente!
A todo instante ele recebia bilhetinhos de amor das meninas da outra sala. Aquilo me doía com tal intensidade, que achava que fosse me rasgar por dentro! Mas sempre calada, eu o amava em silêncio. Só eu e os meus sonhos sabíamos daquele sentimento que assim como chegou, também se foi, de maneira inesperada, mas devastadora.
Hoje eu não consigo lembrar os traços do seu rosto, mas lembro o seu biotipo e também a cor laranja da sua camisa preferida, a qual ele usava quase todos os dias para ir à escola! Lembro também a sua música predileta, a qual ele cantarolava a todo instante e que sempre que eu a ouvia lembrava do seu sorriso amplo.
Foram dias ensolarados na minha infância longínqua, mas tão presentes ainda como foram na época. Quem disse que criança não sabe amar? Tanto sabem quanto o fazem, embora de forma inocente e poética! Ali, onde a imaginação é a eterna companheira e onde os desenhos simbolizam e expressam os sentimentos, os quais ficam eternizados na memória.
E hoje, quando ouço Roberto Carlos cantando “Meus amores da televisão”, volto imediatamente àquele tempo de menina de oito anos, quando a magia do primeiro amor aconteceu e ainda permanece nas lembranças, sem dores nem amores, mas com saudades do tempo em que tudo parecia tão simples e encantado, e o amor era uma simples brincadeira de criança, sem as complicações que o envolvem!

Célia Ramos

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

HOJE



HOJE
Só por hoje eu não consigo ver poesia
Nas cores, nas palavras, nas pessoas, nos amores;
Só por hoje, não consigo me sentir
Amada, querida, desejada, com pudores!
Só por hoje não me sinto feliz,
Especial ou importante para alguém...
Só hoje, gostaria de dividir minhas responsabilidades com qualquer pessoa,
Falar tudo sobre mim sem medo de ser descoberta;
Ficar exposta!
Só hoje, gostaria de gritar tão alto a ponto de ser ouvida no outro lado do mundo
E não ser questionada!
Só hoje não me interessa a Lua, o Sol ou as Estrelas...
Só por hoje, palavras não me iludem, consolam ou magoam!
Só hoje, me liberto de mim mesma e viajo nos recônditos do meu inconsciente,
Desnudando a minha alma...
Só hoje não dou importância às pessoas;
Sinto-me única e exclusiva na Galáxia. Inerte!
Só hoje, me viro do avesso, desvendo todos os meus segredos e os revelo ao mundo!
Mas isto é só um sonho
Onde o ontem e o amanhã não pertencem ao HOJE!

Célia Ramos





sábado, 1 de janeiro de 2011

E O QUE VEM DEPOIS DO REVEILLON?

E O QUE VEM DEPOIS DO REVEILLON?

Passagem de ano. Todos se cumprimentam desejando votos de felicidades. Alguns desses votos nem são sinceros, fazem apenas parte da boa educação ou hipocrisia de algumas pessoas, que nem sequer sabem o seu nome ou o que você é de verdade! 
Analisamos as mensagens, principalmente aquelas que vêm em grupo. Grupo esse que, não sei por que estamos inclusos! Pensamos em não responder, mas a educação pede que retribuamos, pois votos de felicidade são sempre bem-vindos! Na verdade, por dentro estamos em pedaços e não queremos sorrir nem retribuir voto algum...          
Sempre achamos que com a passagem do ano, todos os problemas vão sumir e num passe de mágica, iremos ganhar uma vida nova, começando do zero... Nenhum aborrecimento, nada!!! Mas não acontece assim... Não ocorre mudança alguma! Tudo permanece como sempre foi e os problemas, aqueles que esperamos o ano todo para resolvê-los no Reveillon, ainda estão ali! Não se foram com a passagem do ano, assim como as alegrias que vivenciamos também permanecem!
Fazemos uma viagem pelos acontecimentos que marcaram nossa vida e percebemos que até vieram algumas coisas boas, mas as ruins predominaram... E, geralmente, acreditamos com mais facilidade nas ruins, embora ninguém queira pensar negativo! É assim que acontece com todo mundo e não tem como acreditar quando alguém diz “devemos pensar positivo e agradecer pelo que temos”, mesmo sabendo que esta frase é a certa a se pensar! Sempre a falamos para as outras pessoas, mas agir assim é muito difícil, já que falar é tão mais fácil, e tentar resolver a vida alheia é sempre o melhor a se fazer!!!
Finalmente, embora a felicidade seja um estado de espírito, ficamos sempre esperando que a mesma seja permanente em nossa vida e, como isso não acontece, nos tornamos pessoas frustradas e às vezes, até dignas da pena alheia! E, pena é um sentimento que ninguém quer atrair para si, embora algumas vezes, sintamos por nós mesmos, mesmo que só por uma fração de segundos. No entanto, não admitimos que ninguém expresse este sentimento com relação à nossa pessoa, já que queremos receber das pessoas que nos cercam outros tipos de sentimentos, tais como atenção, RESPEITO e ADMIRAÇÃO!