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domingo, 27 de março de 2011

É pra rir ou pra chorar?


Tecnologia x Fenômenos da Natureza!
Estive analisando o quanto a tecnologia contribuiu para a melhoria da beleza feminina e, ao mesmo tempo, para a sua desgraça.
Observando as festas a céu aberto em minha cidade, nas poucas oportunidades em que pude participar de tais eventos, vi que com a invenção da chapinha, objeto tão importante para nós, mulheres – talvez até para alguns homens - ficou muito mais fácil o embelezamento, pois só tem cabelo crespo hoje em dia, quem quer...
Falo por experiência própria porque também aderi a uma das dezenas de escovinhas que rolam pelos salões de beleza, já que há um ano e pouco tempo atrás, meu cabelo era cacheado! Mas o que vem ao caso aqui, e que gostaria de relatar é o fato de nos dias de festa, todos os salões estarem repletos de mulheres alisando seus cabelos, passando chapinha pra poderem se apresentar melhor diante da sociedade local e sei que isto também acontece em outras cidades!           
A desgraça a que me referi no início deste texto encontra-se justamente no momento em que ao chegarem ao movimento central, onde está a massa popular, e aonde todas as pessoas vêm para desfilar seus modelitos e seus penteados tão bem feitos, surge no céu, uma nuvem escura e pesada de chuva, mas sendo noite, não se nota tal detalhe e, não demora muito, a água despenca em gotas grossas e impiedosas sobre os cabelos que passaram tanto tempo sendo preparados e deixaram uma nota às cabeleireiras.
Nota-se um reboliço desesperado de mulheres correndo em busca de abrigo, todas com as mãos na cabeça e se amparando embaixo dos ombros de seus respectivos companheiros, ou ainda, se emparelhando nas paredes das casas que ficam próximas ao burburinho. As pessoas, que nada em a ver com aquilo e que só observam de suas portas o movimento, não permitem, é lógico, que aquela multidão se infiltre dentro de seus lares, deixando assim, a mulherada à própria sorte!
Para quem observa de longe, é uma cena hilária, pois com seus saltos altíssimos, há certa dificuldade em se locomoverem e algumas até preferem deixar suas sandálias para trás a deixarem seus cabelos se molharem. Mas não achem que é só pelo fato que vai encolher. Tem um fator ainda pior! Por mais perfumados que sejam os cremes de tratamento usados durante o embelezamento, depois da chapinha, o cabelo não pode entrar em contato com água, porque sobe um aroma de chifre queimado que não é todo nariz que resiste a tamanha tortura! É um odor insuportável e a beleza de muitas desaparece juntamente com o penteado!
No entanto, como a festa está apenas iniciando, passada a chuva, todas voltam para a pista a fim de dançar, flertar e tudo o mais que têm direito... Tadinhos dos seus parceiros, que pra não saírem no zero a zero, arriscam seus narizes pelo resto da noite e de manhã, ainda contam vantagens para os amigos do quanto “pegaram mulheres”. Porém, em relação aos odores, alguns homens também não deixam muito a desejar, já que enchem a cara de cachaça e assim, fica o dito pelo não dito e só quem se sai numa boa de uma festa em minha cidade, é justamente quem observa de longe ou quem fica em casa e sabe das resenhas pela boca de quem foi e que talvez, por muita sorte, encontrou um abrigo na hora da chuva!        
Ê trem bão, sô!


Célia Ramos

domingo, 20 de março de 2011

CADÊ VOCÊ?

Cadê você?
Ah, paciência
Onde estás?
Faz dias me abandonastes!
Te procuro
Não acho!
Te espero.
Tudo em vão!
Sinto saudades dos tempos
Em que me destes o ar da graça!
Tempos remotos.
Longínquos!
Devo estar muito difícil de agüentar,
Pois todos resolveram me abandonar!
E tu, paciência
De quem eu mais preciso,
Se fostes também...
Sem ti
Como poderei esperar
O que está por vir?
Sem ti,
Como faço para suportar os problemas?
Encontrar soluções?
Tomar decisões?
Refletir para agir?
Ufa!
Sozinha, não dá!
Exijo que volte
E fique sempre aqui comigo
Querida paciência!

É assim...

     As palavras dançam em minha mente e eu, por descuido ou falta de tempo, não as ponho no papel.
    Pronto! Elas somem de repente.
    Procuro-as na mente. “Onde estarão?”
     “O que foi mesmo que eu estava pensando à noite?”
    Não tenho mais o mesmo jogo de palavras... Começo a escrever e o que vem na hora e que nada tem a ver com o que planejava antes!
    É assim mesmo que se dá o meu processo de escrita! Como diz uma amiga minha: “Poesia não escrita, é poesia morta!” Concordo.
    Tudo que pensamos deve ser escrito, se tivermos a intenção de lembrar depois, claro! No meu caso principalmente, pois confesso que às vezes tenho ideias perfeitas, pelo menos para mim, mas deixo-as guardadas na mente e elas se vão, antes mesmo de ganharem vida! Sinto tanto por isso!
    Quando leio textos de outros autores e os vejo tão completos, imagino de onde vem tanta imaginação, tanta originalidade! Penso: “porque não consigo escrever algo tão lindo?” Nem sempre posso escrever quando nasce algo novo na minha memória, que, vamos combinar, já não anda tão boa assim... Lembro mais de coisas antigas que atuais!
    Na verdade, as palavras se misturam. Um texto enrosca no outro e fico tentando separá-los! É engraçado criar textos. Eles parecem ter vida própria e têm! Só gostaria de saber escolher o jogo certo e na hora certa! Mas sou melhor com palavras que com jogos, mesmo sendo o jogo de palavras!
    Não era nada disso que eu pretendia escrever no início, mas foi o que veio. Então, só resta torcer para que alguém goste. Sim, porque de nada adianta escrever se não há leitor. Embora, sirva para desnudar a alma e curar suas doenças!
    Escrever é muito bom! Quando o faço, parece que estou saboreando a minha comida preferida! Sinto inclusive, o sabor do texto. Sinto o perfume das palavras. Satisfaço-me quando acabo de dar vida às minhas ideias!
   Bon appétit!

quinta-feira, 3 de março de 2011

Você é preconceituoso?

Preconceito ou discriminação?


É incrível como nós, seres humanos, somos capazes de fazer julgamentos a partir da aparência do outro. Criticamos antes mesmo de conhecer a pessoa, de falar com ela, de saber o que ela pensa. Apenas ao olhar seu modo de vestir, olhar ou falar.          
Esses dias, estava num transporte de uso coletivo quando entrou um rapaz moreno. A princípio, até eu fiquei com receio, porque ele era um típico “boy” (adolescente que se veste “largadão”). Mas em seguida, me repreendi por está julgando pela aparência e tratei de afastar o pensamento...      
Fiquei de boa no meu lugar e estava um pouco sonolenta...Percebi que o rapaz saiu do lugar em que estava, logo a minha frente e sentou mais adiante, junto a uma senhora. A senhora saiu imediatamente do lugar em que estava e ficou de pé como se estivesse prestes a descer. Mas, na verdade, ela estava com medo, porque em seguida, veio para outro lugar no fundo do transporte.
Eu estava quase cochilando, quando uma pessoa que me conhecia e que também estava viajando comigo, veio sentar junto de mim e pedir pra que tivesse cuidado porque aquele rapaz era um ladrão. Assustei-me, mas pensei imediatamente em como somos preconceituosos. Se aquele rapaz estivesse ali pra fazer algo ruim conosco, já teria feito porque muitas pessoas já estavam descendo nos seus pontos e apenas umas seis pessoas continuavam a viagem, entre elas, eu.
O que é o preconceito, na verdade? É uma idéia prévia que fazemos de algo ou alguém. É um conceito que temos antes mesmo de saber a real intenção ou o real valor de um ser humano. E, quando temos este preconceito, passamos a discriminar. Isto sim, é um crime, já que passamos a agir de má fé com este indivíduo, do qual fazemos juízo de valor! Estamos cometendo um erro também, mas achamos que está tudo certo e que estamos agindo em nossa própria defesa.
Se ao invés daquele rapaz vestido de maneira comum, entrasse no transporte, alguém branco, bem vestido e de boa aparência, ninguém teria medo ou pensaria que fosse ladrão. Embora, pudesse ser. Quantos ladrões de gravata não têm no nosso país? E o pior, escolhido por nós, porque os julgamos pela boa impressão que causam e não pelas suas verdadeiras ações.
Eu sei que o mundo está violento e que não podemos confiar em todas as pessoas, mas como saber quem é bom ou ruim? Não dá pra saber apenas observando. É preciso conhecer. Além do mais, têm tantas pessoas que conhecemos a vida inteira e de repente, nos surpreendem com atos que não julgávamos que fossem capazes.
A verdade, é que embora falemos a toda hora que não somos preconceituosos, nós somos sim. Sempre temos um conceito prévio sobre algo ou alguém. O que não podemos fazer é discriminar as pessoas, mas também o fazemos! Pode ser de forma impulsiva ou nada intencional, mas é o que mais acontece o tempo todo. No entanto, o que devemos fazer diante dessa sociedade caótica em que nos encontramos? Como agir diante da realidade cruel a qual estamos “acostumados” a enfrentar diariamente?
É uma questão que também não tenho a resposta, porém, ainda acho que a melhor maneira de agir diante de pessoas desconhecidas, é observar mais e deixar que nossos sentidos nos guiem, porque eles dificilmente falham.

Célia Ramos