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quinta-feira, 3 de março de 2011

Você é preconceituoso?

Preconceito ou discriminação?


É incrível como nós, seres humanos, somos capazes de fazer julgamentos a partir da aparência do outro. Criticamos antes mesmo de conhecer a pessoa, de falar com ela, de saber o que ela pensa. Apenas ao olhar seu modo de vestir, olhar ou falar.          
Esses dias, estava num transporte de uso coletivo quando entrou um rapaz moreno. A princípio, até eu fiquei com receio, porque ele era um típico “boy” (adolescente que se veste “largadão”). Mas em seguida, me repreendi por está julgando pela aparência e tratei de afastar o pensamento...      
Fiquei de boa no meu lugar e estava um pouco sonolenta...Percebi que o rapaz saiu do lugar em que estava, logo a minha frente e sentou mais adiante, junto a uma senhora. A senhora saiu imediatamente do lugar em que estava e ficou de pé como se estivesse prestes a descer. Mas, na verdade, ela estava com medo, porque em seguida, veio para outro lugar no fundo do transporte.
Eu estava quase cochilando, quando uma pessoa que me conhecia e que também estava viajando comigo, veio sentar junto de mim e pedir pra que tivesse cuidado porque aquele rapaz era um ladrão. Assustei-me, mas pensei imediatamente em como somos preconceituosos. Se aquele rapaz estivesse ali pra fazer algo ruim conosco, já teria feito porque muitas pessoas já estavam descendo nos seus pontos e apenas umas seis pessoas continuavam a viagem, entre elas, eu.
O que é o preconceito, na verdade? É uma idéia prévia que fazemos de algo ou alguém. É um conceito que temos antes mesmo de saber a real intenção ou o real valor de um ser humano. E, quando temos este preconceito, passamos a discriminar. Isto sim, é um crime, já que passamos a agir de má fé com este indivíduo, do qual fazemos juízo de valor! Estamos cometendo um erro também, mas achamos que está tudo certo e que estamos agindo em nossa própria defesa.
Se ao invés daquele rapaz vestido de maneira comum, entrasse no transporte, alguém branco, bem vestido e de boa aparência, ninguém teria medo ou pensaria que fosse ladrão. Embora, pudesse ser. Quantos ladrões de gravata não têm no nosso país? E o pior, escolhido por nós, porque os julgamos pela boa impressão que causam e não pelas suas verdadeiras ações.
Eu sei que o mundo está violento e que não podemos confiar em todas as pessoas, mas como saber quem é bom ou ruim? Não dá pra saber apenas observando. É preciso conhecer. Além do mais, têm tantas pessoas que conhecemos a vida inteira e de repente, nos surpreendem com atos que não julgávamos que fossem capazes.
A verdade, é que embora falemos a toda hora que não somos preconceituosos, nós somos sim. Sempre temos um conceito prévio sobre algo ou alguém. O que não podemos fazer é discriminar as pessoas, mas também o fazemos! Pode ser de forma impulsiva ou nada intencional, mas é o que mais acontece o tempo todo. No entanto, o que devemos fazer diante dessa sociedade caótica em que nos encontramos? Como agir diante da realidade cruel a qual estamos “acostumados” a enfrentar diariamente?
É uma questão que também não tenho a resposta, porém, ainda acho que a melhor maneira de agir diante de pessoas desconhecidas, é observar mais e deixar que nossos sentidos nos guiem, porque eles dificilmente falham.

Célia Ramos

8 comentários:

  1. Primeiramente gostaria de registrar nossos parabéns à Célia Ramos que abordou um tema presente no nosso cotidiano e que infelizmente as pessoas insistem em não enxergar. Penso que todo tipo de Pré-Conceito é ignorância e a melhor forma de combater o mal que é a falta de informação e trazendo este debate para as mídias sociais, para a sala de aula... É preciso tirar a sujeira que fica sempre em baixo do tapete e exterminá-la com informação e sensibilidade de pessoas que realmente possuem um olhar apurado e que consegue se colocar no lugar do outro. Se a visão da Célia Ramos fosse dos demais creio que estaríamos muito a frente na questão da igualdade racial... Que na realidade não existe.

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  2. boa postagem! Nunca tinha parado para pensar neste assunto, não me considero preconceituosa, porém sempre que vejo alguém diferente de mim em relação ao seu modo de se vestir penso exatamente algo ruim sobre a pessoa, mas logo trato de parar o pensamento.

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  3. Nossa! fico super feliz pelo seu comentário e que consegui, com este texto, abordar este tema, e melhor ainda, consegui passar algo importante! Talvez, a Célia Ramos não seja esta pessoa tão perfeita, mas pelo menos, ela realmente, tenta ver as pessoas de forma igualiltária! rsrs..bjos e obrigada por comentar!

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  4. a ideia é justamente esta, Lidiane, a de fazer refletir acerca de nossas próprias ações..obrigada por comentar, flor! bjosss

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  5. O julgamento do ser humano através da aparência é totalmente equivocado seja por desconhecimento, ignorância, desinformação ou preconceito, não tem motivo e nem justificativa.
    O que mais assusta é que a maioria das discriminações acabam em agressões físicas, psicológicas, gratuitas, covardes e verbais.
    Algumas pessoas se julgam melhores que as outras e se acham no direito de apontar nos outros o que interpretam como diferente dos demais.
    A intolerância humana faz com que as pessoas não tenham uma explicação concreta para a discriminação.
    A discriminação só terá fim, quando as pessoas respeitarem umas as outras e compreeenderem que ninguém é melhor que ninguém.
    Somos todos diferentes uns dos outros, mas é na diferença que faz cada um ser especial ao seu modo.

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  6. O que move o mundo são as diferenças! A beleza do mundo está nas diferenças!
    O preconceito é irracional, como o homem sempre acaba sendo, apesar de se vangloriar de sua aparente racionalidade.
    Ninguém gosta de viver cercado da mesma paisagem, decorado pelo mesmo quadro ou entre as mesmas paredes brancas, porque mudar é importante. A mudança é a alma da inteligência, e quem não entende bem isso, desaparece. Infelizmente o ser humano às vezes demora muito para perceber o que é essencial, por que já disse Saint-Exupéry - "O essencial é invisível aos olhos". Vamos trabalhar para que os nossos irmãos intolerantes aprendam a ver o essencial.
    Anormal é ser sempre igual.
    Abraço!

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  7. Amei seu comentário, flor! o que seria do vermelho se só existisse o amarelo, né? A beleza está justamente nesta mistura de raças e cores q existe no nosso país e em toda parte! Realmente, as pessoas devem aceitar as outras por suas qualidades e não por suas condições físicas ou sociais! bjão!

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  8. Passei pra agradecer o comentário no meu Blog, brigadão mesmo e que bom que gostou!
    Quanto ao seu texto, o mundo é movido por um senso estético artificial, somos um monte de embalagens sendo lidas pelo caminho,os valores subjetivos são descobertos com o desenvolvimento de relações interpessoais, mas a falta de tempo, a exacerbação da competitividade e a desintegração dos laços familiares tem nos levado à uma interpretação rasa e instantânea de nossos semelhante!Muito bem dito Célia, nós todos somos muito mais que conceitos!Abração guria!Fica na Paz!!!

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