Total de visualizações de página

quinta-feira, 21 de julho de 2011

EM QUE ESPELHO DO TEMPO SE PERDEU A MINHA INFÂNCIA?


Tempo de Magia


E de todas as lembranças que permeiam minha mente, as que mais trazem saudades são os tempos da minha infância, pois foi um período lúdico, povoado pela imaginação e pela criatividade.
Nada de brinquedos caros e sofisticados, mas muita brincadeira de roda, tica, amarelinha e contação de histórias. Nada de televisão, computadores, vídeos games nem outros eletrônicos quaisquer, porém bastante revista em quadrinhos, livros e desenhos.
As noites de lua eram mágicas, já que energia elétrica não existia durante boa parte de minha meninice. Portanto, em noites enluaradas, quando os vizinhos mais próximos se visitavam para por a conversa em dia, as crianças aproveitavam para atualizar as brincadeiras. Muitas vezes, um adulto desenvolvia uma roda de conversas e contava histórias de “trancoso”. As preferidas eram as de terror.
Quem precisava de aparelho de DVD ou TV para estimular a adrenalina?
Tudo era mágico, pois só era preciso soltar a imaginação para entrar em um mundo paralelo recheado de cores, cheiros e sabores.
Neste mundo de faz-de-conta, me deparava com discos voadores, lobisomem, príncipes encantados - que só mais tarde descobri que não existem -, princesas e muito mais.
Dormia cedo a acordava mais cedo ainda. Na fazenda, o ar puríssimo me instigava a correr descalço pelos campos, sentindo a grama furando os pés. Não havia preocupação naquela vida simples e feliz. Os momentos ruins passavam despercebidos diante da inocência infantil.
Não sei em que espelho do tempo ficou perdido esse passado. Entretanto, vez ou outra, ele reflete nos dias atuais mostrando o quanto a vida mudou. O quanto é chato ser adulto e ter tantos conflitos a resolver.
De repente, olho para as crianças de hoje e não as vejo tão livres. A maioria está presa a um mundo eletrônico viciante e nunca vai saber o quanto é bom voar pelo imaginário. Hoje, é tudo muito precoce e o encanto da infância não me parece tão convidativo quanto no tempo em que eu fazia parte dela.
Naquela época, eu tinha pressa de crescer e agora, gostaria que o tempo voltasse, mas na impossibilidade disso acontecer, que pelo menos demore a passar para que eu possa acompanhar a vez da minha filha de forma lânguida e preguiçosa.
Não é chavão quando se diz que a felicidade está na simplicidade da vida!